Se depender das respostas dos executivos, os conceitos básicos de sustentabilidade já fazem parte do dia a dia do segmento de previdência privada e vida. Maria Eugênia Buosi, consultora de investimentos responsáveis, antes de iniciar a sua palestra no VI Fórum de Previdêndia e Vida, promovido em São Paulo, fez algumas perguntas para a plateia.
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Qual a função da empresa? 63% dos executivos presentes afirmaram que a função da empresa é atuar com responsabilidade, gerando valor para todos os seus stakeholders.
Valor é igual ao preço da ação? Para 83% dos executivos, não. Para 70% do auditório, o lucro não é a melhor forma de avaliar um ativo e 85% afirmaram que a sustentabilidade é compatível com a geração de longo prazo.
As respostas mostram que a sustentabilidade está inserida na mente da maioria. Maria Eugênia citou casos como a queda nas vendas da rede varejista de moda Zara, após a empresa ter sido acusada de trabalho escravo. Notícias como essas são capazes de fazer o preço das ações despencarem no mercado acionário, mesmo que o valor escritural das ações pemaneça inalterado. “Já o preço que o mercado está disposto para ter papéis da empresa tem um peso e tanto.”
A maior consciência dos executivos com atitudes que visem o respeito a todos os envolvidos no negócio tem gerado um aumento da demanda dos investidores institucionais, como seguradoras e fundos de pensão, por investimentos considerados responsáveis.
Tanto que atualmente, mais de mil gestores já são signatários do PRI, e representanto ativos superirios a US$ 1 trilhão sob gestão. Os fundos criados dentro das regras do PRI evoluíram da exclusão – “não vamos investir em tabaco ou álcool – para a inclusão “investir em empresas de energia renovável, tecnologia limpa. Hoje praticamente todos já entenderam que todos os riscos podem ser geridos, o que aumenta o leque de empresas que podem ser consideradas sustentáveis.
No Brasil, depois do lançamento do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) pela Bovespa, que tem rendimento superior ao Ibovespa, o país lançou a rede brasileira dos signatários do PRI, em 2008. “A rede virou modelo mundial. Hoje há oito no mundo, criadas a partir disso em razão dos brasileiros precisarem da presença de um grupo local para tirar dúvidas e interagir”.
Em 2012, a grande notícia veio da assinatura dos Princípios Sustentáveis em Seguros (PSI), na sigla em inglês. O acordo foi assinado no Brasil e contou com a adesão que quarto seguradoras e também da CNseg, que assumiu o compromisso de difundir os conceitos na indústria e elevar o número de signatários. [3]
Maria Eugenia mostrou pesquisas que deixam claro que os clientes tendem a comprar mais de empresas consideradas sustentáveis, elas atraem talentos – muitos não querem mais trabalhar em empresas que não respeitam a sociedade --, aumenta a produtividade e eficiência por várias razões, inclusive por conseguir financiamentos com taxas muito mais acessíveis. “Os executivos percebem que sustentabilidade não é uma moda e sim um conceito. O meio ambiente tem recursos finitos. Quando pescarem o ultimo peixe do mundo vão descobrir que não se come dinheiro”, diz.
Fonte: Segs
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