Mais da metade da humanidade vive em cidades. Segundo a Organização das
Nações Unidas (ONU), a previsão é de que, até 2050, o número aumente
para 70%. No Brasil, 85% da população já é urbana, afirma pesquisa do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados, anunciados durante o lançamento das Metas de Sustentabilidade
para os Municípios Brasileiros, realizado ontem (23/8) pela Rede Nossa
São Paulo, Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e
Instituto Ethos, servem de pano de fundo para demonstrar a importância
de repensar os modelos de desenvolvimento urbano sob a ótica
socioambiental.
Diversos candidatos a prefeitos das cidades foram convidados a conhecer o
trabalho realizado com bases em pesquisas e observações, que relaciona
cem indicadores básicos para o diagnóstico da sustentabilidade com metas
e sugestões baseadas em parâmetros internacionais e em experiências
positivas de cidades ao redor do mundo.
O programa, inédito no mundo, utiliza uma plataforma com agenda de ações
sustentáveis, indicadores e exemplos de boas práticas para
sensibilizar, mobilizar e ajudar na criação de cidades mais justas e
sustentáveis.
Os políticos também são convidados a assinar a carta compromisso, na
qual afirmam que produzirão um documento de diagnóstico da situação
atual que contenha, no mínimo, os indicadores básicos da Plataforma Cidades Sustentáveis.
"Indicadores e metas são ferramentas fantásticas para a governança",
afirma Vicente Andreu Grillo, presidente da Agência Nacional de Águas
(ANA), que esteve presente para representar o Ministério do Meio
Ambiente.
Até o momento, somente cerca de 550 prefeituráveis (de um total de
15.466 candidatos neste ano) assinaram o documento, e cinco partidos
nacionais aderiram ao documento. "Vamos continuar a abordar mais
governantes mesmo depois das eleições", diz Oded Grajew, coordenador do
Programa.
"Os prefeitos têm poder e autonomia para legislar sem ter que esperar
decisões do governo federal. Enquanto discutem no Congresso Nacional a
reformulação do Código Florestal, na cidade onde atuo aumentamos de 30
para 60 metros o tamanho das Áreas de Preservação Permanente", conta
Sílvio Barros, atual prefeito de Maringá, cidade do interior do Estado
do Paraná.
Para Eduardo Tadeu, presidente da Associação Brasileira de Municípios, é
preciso participação efetiva da sociedade para que as cidades se
desenvolvam de forma mais sustentável. "Temos que implantar um novo
paradigma cuja base é a solidariedade e não mais o individualismo."
"Cada cidade precisa ser reinventada conforme as suas peculiaridades.
Não é possível tratá-las de modo uniforme", frisa Emídio de Souza,
representante da Frente Nacional dos Prefeitos.
Segundo Grajew, está em andamento uma parceira com o Ministério das
Cidades e o Ministério do Meio Ambiente para oferecer capacitação a
prefeitos de todo o Brasil. "A ideia é que os políticos recebam mais
informações sobre gestão e assim consigam avançar e atingir as metas."
Fonte: Empreendedor Social
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