Um estudo feito entre 250 empresas brasileiras, de
todos os tamanhos, revelou que 69% delas reconhecem
que a inserção da sustentabilidade no
planejamento estratégico é uma necessidade.
Outras 65% disseram que inovação e reposicionamento
no mercado estão entre os principais objetivos
quando incluída a sustentabilidade. Os dados
estão na pesquisa Estratégias Empresariais
para a Sustentabilidade no Brasil, divulgada hoje (12)
durante a Conferência Internacional Ethos, na
capital paulista.
Segundo a pesquisa, 15% das empresas fazem avaliação
dos impactos que as ações têm sobre
os custos e 20% medem esses impactos na competitividade.
Outras 68% desenvolvem algum tipo de relacionamento
com os grupos de interesse de seu setor. Desses, 23%
desenvolvem esse processo de maneira contínua,
seja fazendo parcerias, discutindo novos produtos ou
focando um processo mais efetivo de engajamento.
Quando avaliada a governança, a pesquisa indicou
que 14% das empresas pesquisadas promoveram inovação
nessa área depois de implantados programas de
sustentabilidade. Em 36% das empresas, foram criados
sistemas integrados de gestão para coordenar
as ações de sustentabilidade em todas
as áreas. Entre as entrevistadas, 60% criaram
comitês para alinhar as áreas de negócios
com as de sustentabilidade.
De acordo com um dos responsáveis pela pesquisa,
Reginaldo Sales, com os dados, a UniEthos, braço
do Instituto Ethos que presta consultoria para as empresas,
quer entender qual a situação atual dessas
companhias e os principais avanços e desafios
na área de sustentabilidade. “O avanço
foi significativo, sobretudo, no que se refere à
estratégia, ou seja, ações de sustentabilidade
conectadas aos negócios. Independentemente do
tamanho das empresas. No Brasil, as empresas seguem
a tendência das internacionais”.
Sales observou que a principal orientação
das empresas que adotam programas de sustentabilidade
é o reposicionamento no mercado com novos produtos
e negócios, ao mesmo tempo em que procuram entender
quais são os interesses da sociedade, porque
querem atender à demanda dos consumidores.
“Essa é uma estratégia de diferenciação
para reduzir custo e criar processos mais eficientes.
A empresa coloca produtos com uma característica
diferenciada no mercado. Há um grande número
de empresas indo nessa tendência e isso é
importante porque, se há um grande número
de empresas agindo assim, isso ajuda na competitividade
do país”.
Sales disse ainda que, apesar de aqueles que avaliam
seus resultados ainda serem poucos, esse é um
dado relevante devido às dificuldades para fazer
esse tipo de avaliação. “Muitas
querem fazer e não podem, porque ainda não
há uma padronização ou uma metodologia.
Mas essa é uma tendência importante para
o futuro e gestão das empresas”.
Apesar de ressaltar os avanços, Sales enfatizou
que, entre os pontos que precisam ser melhorados, está
o relacionamento com os grupos de interesses para que
eles façam parte, de fato, do processo de inovação.
Outras questões abordadas por ele são
a visão e os mecanismos voltados para o curto
prazo dessas empresas. “As empresas estão
focadas em obter metas a curto prazo e é preciso
combinar com o longo prazo também”, observou.
Ele citou ainda a necessidade de uma metodologia padronizada
para avaliar os resultados e seus impactos.
Fonte: Canal Executivo
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