projetos aprovados pelo ProAc e Rouanet [] criação de projetos corporativos para a promoção da educação, cultura, consumo responsável e preservação ambiental [] desenvolvimento e design de produtos e embalagens sustentáveis [] comunicação consciente e informativa [] consultoria e ações para a sensibilização e engajamento de públicos [] implantação da gestão sustentável nas empresas
12 de jul. de 2012
A Sustentabilidade é muito mais que um sonho.
Uma das dificuldades constatadas na implantação de projetos de gestão sustentável é a necessidade de mudar a cultura empresarial, comumente dominada por um pragmatismo que tende a afastar tudo que não possa ser mensurado nas planilhas conhecidas.
Em geral, o núcleo duro da empresa se localiza no departamento financeiro, onde tudo tem que ser transformado em números para ser entendido e aprovado. E nem todos os resultados de políticas de sustentabilidade podem ser facilmente convertidos em números.
Essa é, aliás, uma das barreiras mais comuns à adoção de práticas inovadoras em gestão, principalmente nas companhias administradas de forma vertical, nas quais o conhecimento da gerência intermediária passa por filtros resistentes e muitas vezes deixa de contribuir em decisões importantes.
Como se sabe, ambientes homogêneos, onde as divergências e a diversidade não são bem recebidas, tendem a ser mais conservadores.
Nos períodos em que todo o ambiente de negócios é exposto a mudanças, como o que estamos vivendo neste começo de século, com os desafios ambientais e sociais e grandes choques de tecnologia, uma atitude conservadora pode ser fatal.
No entanto, a própria complexidade da cena competitiva nos obriga a levar em conta que, por outro lado, os processos de mudança tendem a produzir especulações em demasia, quando novas possibilidades podem ganhar ares de soluções mágicas.
Assim, belos planos acabam se perdendo antes de serem submetidos ao teste de realidade, porque são elaborados com mais desejos do que elementos concretos. Entre uma e outra condição, entre o pragmatismo cético e o mundo das soluções mágicas, existem formas eficientes de avaliar projetos de sustentabilidade.
Felizmente, o Brasil já possui uma geração madura de especialistas em diversas áreas ligadas ao tema da gestão sustentável, desde as questões ambientais ou relacionadas a energia até as propostas de investimento social privado e responsabilidade social corporativa.
Para cada uma das questões que possam ser levantadas, há soluções adequadas no campo próprio do negócio, cujos resultados são passíveis de serem avaliados e contabilizados, cumprindo todos os rituais dos processos comuns, muitos dos quais já são devidamente certificados.
Porém, isso não impede que surjam objeções que podem atrapalhar o desenvolvimento de tais projetos, que são muitas vezes criticados como "utópicos".
No entanto, a própria evolução da questão da sustentabilidade vem produzindo mudanças na visão das empresas. Nem tudo que parece ou é qualificado como utópico tem de ser necessariamente fantasioso, porque existe uma diferença clara entre utopia e ilusão.
A utopia consiste na projeção de desejos na direção de um ideal, mas com base em pressupostos realísticos ou no conhecimento consolidado. A ilusão, ao contrário, é fundada na areia das suposições cientificamente improváveis.
Assim, um projeto ambiental que pretende ignorar a existência da sociedade humana pode ser mera ilusão, enquanto uma proposta que leva em conta a possibilidade da preservação e valorização do patrimônio ambiental, a despeito da eventual presença do homem, pode ser classificada no gênero das utopias realizáveis.
Trata-se apenas de fazer as perguntas corretas na hora da avaliação, checando a validade do conceito.
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Luciano Martins Costa é jornalista e escritor, coordenador do curso de gestão e mídias digitais da GV-PEC
Fonte: Brasil Econômico
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