Enquanto o surgimento de condomínios industriais com certificados
sustentáveis aumenta em Jundiaí, o risco de colapso dos transportes
reforçará a defesa do modal ferroviário na terceira edição da Brasil
Log, feira de logística que começa hoje no Parque da Uva.
No caso das construções adequadas às novas exigências ambientais o
caminho é novo e tem seus riscos. “São várias etapas a serem cumpridas,
mas vale a pena por reduzir muito as agressões ao meio ambiente”, afirma
o empresário Emanuelle Bosco, da Qualifer, que começa a segunda fase de
seus 26 mil m² em três pavimentos na Vila Hortolândia no processo de
certificação do Processo Acqua, da Fundação Vanzolini.
A economia relativa de aspectos como água, energia ou geração de
resíduos também é parte do projeto que vai ter até 10 mil m² de
escritórios e 18 mil m² de galpão no EB Business Park, no Distrito
Industrial, projetado por Aflalo e Gasperini para a Espaço Negócios.
Parte dos 55 mil m² será conservada.
O GBC Brasil (Conselho de Construções Verdes), responsável no país
pelo selo internacional Leed, também analisa outros casos na cidade como
o GR Jundiaí, da GR Properties.
GRITO DE ALERTA / O Ciesp Jundiaí (Centro das Indústrias do
Estado) reforça no evento o risco de colapso do modal rodoviário e a
necessidade de articulação entre sociedade, iniciativa privada e
governos para a ampliação do uso da ferrovia.
“Estamos dentro de uma região de 173 municípios que somaram R$ 900
bilhões de PIB (geração de riquezas) em 2009, um terço do total do
Brasil. Já existe no Estado o projeto de centros de logística integrada,
coordenando o fluxo dos modais rodoviário e ferroviário. Mas é preciso
pressão da sociedade e articulação dos governos municipais, estadual e
federal”, diz Gilson Pichiori, diretor do Ciesp Jundiaí, antecipando
palestra de sexta-feira.
Ele diz que as preocupações sustentáveis das empresas serão
perdidas sem um novo planejamento logístico entre os diversos níveis de
governo. Como exemplo, lembra que as restrições ao trânsito de caminhões
que crescem nessa região “macrometropolitana”, como na Grande São
Paulo, podem causar a mudança de indústrias e até mesmo o desemprego.
No lado da mobilidade urbana, ele também aposta no trem - o
expresso regional entre Jundiaí e São Paulo e a extensão da linha da
CPTM até Campinas.
Brasil Log abre hoje
Com a presença de autoridades, a feira tem inauguração às 14h no
Parque da Uva (avenida Jundiaí, s/nº, Anhangabaú). O horário, até
sábado, é das 13h às 21h. O ciclo de palestras diárias vai das 16h às
20h. Mais de 70 expositores ocupam a feira.
R$ 13,2
milhões é o patamar de negócios esperado
Credenciamento pode ser antecipado
As visitas gratuitas são credenciadas no site
www. feiradelogistica.com
Novo polo já ocupa área maior que 500 mil m²
O uso de condomínios industriais ou logísticos é uma tendência que
já ocupa mais de 500 mil m² de áreas em Jundiaí, de acordo com dados da
prefeitura. Além do rateio de custos e serviços como a segurança, seus
atrativos incluem a localização estratégica da cidade.
“Estamos entre os dois maiores centros urbanos paulistas, São Paulo
e Campinas. Por esse motivo o debate da feira também envolve as
soluções existentes para cada tipo de setor, como alimentos ou energia. É
um segmento que sustenta toda a economia. Então tem potencial para
reduzir também danos ambientais”, explica Luciano Rocha, da ABEPL
(Associação Brasileira de Empresas e Profissionais de Logística).
Em Jundiaí, onde a legislação territorial foi adequada em 2008 para
expansão na margem de rodovias, apenas quatro estavam funcionando até o
ano seguinte. Outros oito foram implementados até o momento e o número
de projetos segue em trajetória ascendente.
E cabe lembrar que algumas grandes empresas possuem centros
próprios de distribuição (como Casas Bahia ou Sadia) e outras ocuparam
alguns desses conjuntos inteiros (como o caso da Global Jundiaí pela
Foxconn). E que esses números ainda não incluem os municípios vizinhos.
Fonte: Diário SP
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