O 6º. Congresso Brasileiro Sobre Eficiência Energética foi realizado esta semana em São Paulo, abrindo novas perspectivas para a antiga batalha pela eficiência energética na indústria, no comércio e no setor público brasileiro. O evento contou com um movimento diário de cerca de 450 pessoas, entre gestores públicos, empresariado, consumidores de energia, intensivos, técnicos, entidades reguladoras, investidores, acadêmicos e representantes de Escos. Paralelamente ao congresso, aconteceu a ExpoEficiência Energética 2009, que reuniu mais de 50 expositores, distribuídos em uma área de 2.500 metros quadrados.
“Eu imaginava que a indiscutível importância da eficiência energética seria a sustentação deste evento, mas vimos agradáveis e importantes novidades, como a intenção do governo de São Paulo de estabelecer modelos de contrato de performance, a criação do Grupo de Trabalho de Eficiência, pelo Ministério das Minas e Energias, para o qual fomos convidados e já aceitamos. Enfim, uma série de indicadores da evolução deste mercado”, afirma Ricardo David, presidente da Abesco – Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia.
Dados da entidade mostram que o mercado, da ordem de R$ 2 bilhões, vem crescendo cerca de 30% neste ano, com vasto potencial a ser explorado. Com a presença de diversos representantes do setor privado, como o vice-presidente da CNI, José de Freitas Mascarenhas, Oscar Marcondes Pimentel, da Fecomércio, e empresas como Bosch, Sadia e Wal-Mart, o evento foi marcado por importantes avanços para o setor das ESCOs, como a criação da Sinergia, uma parceria operacional entre a Esco APS e as multinacionais WEG e Philips, para a implementação de projetos de eficiência energética.
A APS alocou R$ 12 milhões para os próximos seis meses a serem investidos em contratos de performance nesta parceria. “É um negócio que vai fortalecer nossos argumentos de venda, por estarmos ao lado de duas empresas líderes e de qualidade mundialmente reconhecida, ao mesmo tempo em que vai permitir aos nossos parceiros a implementação de projetos por meio dos nossos recursos”, explica Aldemir Spohr, diretor da APS. “É um fato a ser festejado e replicado, e mostra como as Escos vêm se consolidando nos últimos anos. Hoje, nosso papel é amplamente reconhecido”, afirma Ricardo David.
O debate também envolveu o setor público e a cooperação internacional. Stephanus Lintker, da agência de cooperação técnica alemã GTZ, mostrou o caso da Alemanha, país em que o mercado é livre e há produtores de energia para as diversas necessidades, além de várias possibilidades de comercialização. “Quando uma pessoa, física ou jurídica, não tem uma relação próxima com sua conta de energia, é difícil falar em eficiência”, diz o engenheiro. “O foco deve ser nos modelos de gestão, contratos e fornecimento”, sustenta.
O Ministério de Minas e Energia anunciou a intenção de realizar leilões de eficiência energética, como parte do PNEf, Plano Nacional de Eficiência Energética, a ser lançado no ano que vem, e que deve propor 10% de meta de economia de energia até 2030. “É a primeira vez na história do Brasil que eficiência energética aparece como meta em um Plano Nacional de Energia”, comemora Hamilton Moss de Souza, diretor do Departamento de Desenvolvimento Energético do MME.
O coordenador de Energia da Secretaria de Energia e Saneamento, Jean Cesari Negri, revelou que a Secretaria estuda criar uma agência estadual de eficiência energética, que teria a participação também de agentes do setor privado. “No curso do trabalho, percebemos que seria oportuno que uma agência cuidasse dessa área, pois a característica do governo é mais de planejamento e gestão, não de função operacional”, explicou Negri.
“São grandes incentivos que a Abesco recebe como um retorno de suas atividades, e sobre os quais seguiremos trabalhando em prol do ambiente de negócios de eficiência energética no Brasil”, observa Ricardo David.
Fonte: Abesco
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