A paulista Lwart é responsável pela recuperação de 40% dos lubrificantes coletados no Brasil.
Quando se pensa em subprodutos de petróleo, como os óleos lubrificantes, o que vem à mente são gigantes como Petrobras, Esso e Shell. Mas há um nicho em que esses líderes não dominam. É o rerrefino de óleo lubrificante, uma “reciclagem” do produto. Nele, quem manda é a paulista Lwart Lubrificantes, parte do grupo Lwart, baseado em Lençóis Paulista, a 285 quilômetros da capital. A empresa coleta 40% do óleo lubrificante rerrefinado no Brasil. Apenas esse negócio garantiu um faturamento de R$ 247 milhões para o grupo Lwart em 2011, pouco menos de um terço da sua receita total de R$ 787 milhões, que atua também nas áreas de produtos químicos para o setor de construção e de celulose.
Thiago Trecenti: reciclagem evita a contaminação do meio ambiente.
“Somos os maiores tanto em refino quanto em produção de óleo
rerrefinado no Brasil”, diz Thiago Trecenti, diretor-geral e neto de um
dos fundadores da Lwart Lubrificantes. Existem atualmente cerca de 15
empresas nesse nicho, o qual a própria Petrobras deve começar a explorar
a partir de 2016. A Lwart, antecipando-se ao aumento da competição,
acaba de inaugurar uma nova fábrica de rerrefinamento, com investimento
de R$ 230 milhões, 60% dos quais financiado pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com isso, ela poderá ampliar a sua capacidade de produção de 100 milhões de litros de óleo rerrefinado para 150 milhões por ano. Além
da Lwart, o meio ambiente também ganha com a estratégia, já que cada
litro de óleo pode contaminar até um milhão de litros de água. “Ajudamos
a evitar a contaminação de solo, água e ar”, afirma Trecenti. A entrada
da Lwart no negócio, no entanto, tem pouco a ver com o discurso atual
de sustentabilidade. A empresa descobriu esse nicho pouco explorado em
1975, após uma viagem internacional de Renato Trecenti – o R da sigla
Lwart e um dos quatro irmãos fundadores do grupo.
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