22 de jun. de 2012

Sustentabilidade é decisiva para sobrevivência das empresas, revela pesquisa da CNI

Maioria dos executivos brasileiros afirma que os investimentos em sustentabilidade têm impactos positivos na imagem da empresa e na manutenção dos negócios. 

Brasília - A indústria mudou, e hoje o empresário brasileiro enxerga a sustentabilidade como uma necessidade para os negócios. A conclusão é da pesquisa Os Desafios da Sustentabilidade. O estudo inédito, feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 60 executivos de grandes empresas do país, aponta que, para a maioria deles, ser sustentável tem impactos positivos na competitividade. Segundo 39% dos entrevistados, a ausência de ações sustentáveis coloca em risco a sobrevivência da empresa e, para outros 18%, acarreta imagem negativa da corporação.
“A indústria mudou sua forma de produzir e pensar a produção. Muitas atividades impactam menos no meio ambiente hoje”, diz o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. “O empresário tem uma noção clara de que a manutenção da empresa no médio e no longo prazo só se dará de forma sustentável. Mas a velocidade com que isso vai se processar depende de estímulos à inovação”, avisa.
De acordo com a pesquisa da CNI, a sustentabilidade já ocupa um espaço relevante nas organizações. Entre os executivos ouvidos pelo estudo, 64% afirmam que esse é um tema tratado pela presidência, a diretoria ou a vice-presidência. Outros 18% disseram que o assunto ocupa as gerências. “A política sustentável já está no DNA das empresas que querem ampliar seu mercado, seja nacional ou internacionalmente. Agora, deve haver estímulo à inovação”, reforça a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg.
Para 75% dos empresários entrevistados, os investimentos nessa área deverão crescer nos próximos dois anos, e 92% acreditam ser alto o impacto da sustentabilidade nas políticas de inovação. As soluções desenvolvidas e relatadas pelos empresários incluem, por exemplo, a criação de embalagens com menos plástico, uso de energia de biomassa, lâmpadas mais eficientes e técnicas para reduzir o consumo de água. Mas todas essas mudanças têm um preço.
Custos adicionais – Ser sustentável, na avaliação de 69% dos executivos, representa custos adicionais e, para 30%, essa é a principal barreira para adoção de ações voltadas à conservação. Outros 27% apontam que o maior desafio é a falta de uma cultura sustentável. “A indústria precisa de uma política forte de incentivo à inovação e à sustentabilidade, inclusive como uma forma de garantir condições de competitividade”, destaca Messenberg. Segundo ela, o aspecto cultural também é fundamental. “A mudança na forma de consumir é, sem dúvida, um aspecto decisivo para a sustentabilidade”, avalia.
A pesquisa Os Desafios da Sustentabilidade da CNI, feita em parceria com o Instituto FSB Pesquisa, foi inspirada em um esforço semelhante coordenado pelas Nações Unidas, o Global Compact, que ouviu executivos de 10 países em 2010. As entrevistas com os 60 dirigentes de empresas foram realizadas entre fevereiro e maio de 2012, focadas em três aspectos principais: como a sustentabilidade está inserida na forma de pensar e fazer negócios, os avanços dos últimos anos, desafios e perspectivas para o futuro.
Além disso, a CNI apresentou, durante a Rio+20, documentos inéditos em que relata os avanços de 16 setores da indústria no caminho da sustentabilidade. [*Os documentos estão no site da CNI, no endereço http://www.cnisustentabilidade.com.br/memorias ].

Os desafios da sustentabilidade: 1. O que o Sr. entende por sustentabilidade?

2. Que lugar as ações de sustentabilidade ocupam na estrutura formal da empresa?

3. Quais os principais riscos da não-ação para o setor produtivo e para a sua empresa na questão da sustentabilidade?

4. Qual a tendência dos investimentos em sustentabilidade para os próximos dois anos?

5. É alto o impacto da sustentabilidade nas políticas de inovação da empresa?

6. Qual o impacto positivo da sustentabilidade na competitividade da empresa (de 0 a 10)?

7. Quais as principais barreiras para a ação na área de sustentabilidade?

.As 60 empresas ouvidas: AES Tietê | Albrás | Alcan (Rio Tinto) | Alcoa | Alpex | Amata | Andrade Gutierrez | Anglo American | Anglogold | Ashanti | Baker Hughes | Barra Energia | Basf | BR Distribuidora | Braskem | Bunge |Camargo Corrêa Cimentos | Cargill | Cedro | Cenibra | CentroProjekt | Copelmi | Danone | Dow Brasil | EBX | Electrolux | Embu | Fibria | GC Engenharia | GE | GM | Henfel | Holcim Brasil | HP | International Paper | Iso-Blok | Kapeh | Klabin | Lafarge | Lanxess | Marisol | Mineração Rio do Norte | Natura | Oxiteno | Pepsico | Prac | Queiroz Galvão Energia e Petróleo | Raizen | Rhodia | Shell | Siamig | Siemens | Solvay | Stenville | Tavex | Unilever | Usiminas | Vale | Votorantim Cimentos | VW | Whirlpool .

Fonte: Fator Brasil

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