Maioria
dos executivos brasileiros afirma que os investimentos em
sustentabilidade têm impactos positivos na imagem da empresa e na
manutenção dos negócios
A
indústria mudou, e hoje o empresário brasileiro enxerga a
sustentabilidade como uma necessidade para os negócios. A conclusão é da
pesquisa Os Desafios da Sustentabilidade. O estudo inédito, feito pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI) com 60 executivos de grandes
empresas do país, aponta que, para a maioria deles, ser sustentável tem
impactos positivos na competitividade. Segundo 39% dos entrevistados, a
ausência de ações sustentáveis coloca em risco a sobrevivência da
empresa e, para outros 18%, acarreta imagem negativa da corporação.
“A indústria mudou sua forma de produzir e pensar a produção. Muitas
atividades impactam menos no meio ambiente hoje”, diz o presidente da
CNI, Robson Braga de Andrade. “O empresário tem uma noção clara de que a
manutenção da empresa no médio e no longo prazo só se dará de forma
sustentável. Mas a velocidade com que isso vai se processar depende de
estímulos à inovação”, avisa.
De acordo com a pesquisa da CNI, a sustentabilidade já ocupa um
espaço relevante nas organizações. Entre os executivos ouvidos pelo
estudo, 64% afirmam que esse é um tema tratado pela presidência, a
diretoria ou a vice-presidência. Outros 18% disseram que o assunto ocupa
as gerências. “A política sustentável já está no DNA das empresas que
querem ampliar seu mercado, seja nacional ou internacionalmente. Agora,
deve haver estímulo à inovação”, reforça a diretora de Relações
Institucionais da CNI, Mônica Messenberg.
Para 75% dos empresários entrevistados, os investimentos nessa área
deverão crescer nos próximos dois anos, e 92% acreditam ser alto o
impacto da sustentabilidade nas políticas de inovação. As soluções
desenvolvidas e relatadas pelos empresários incluem, por exemplo, a
criação de embalagens com menos plástico, uso de energia de biomassa,
lâmpadas mais eficientes e técnicas para reduzir o consumo de água. Mas
todas essas mudanças têm um preço.
CUSTOS ADICIONAIS – Ser sustentável, na avaliação de 69% dos
executivos, representa custos adicionais e, para 30%, essa é a principal
barreira para adoção de ações voltadas à conservação. Outros 27%
apontam que o maior desafio é a falta de uma cultura sustentável. “A
indústria precisa de uma política forte de incentivo à inovação e à
sustentabilidade, inclusive como uma forma de garantir condições de
competitividade”, destaca Messenberg. Segundo ela, o aspecto cultural
também é fundamental. “A mudança na forma de consumir é, sem dúvida, um
aspecto decisivo para a sustentabilidade”, avalia.
A pesquisa Os Desafios da Sustentabilidade da CNI, feita em parceria
com o Instituto FSB Pesquisa, foi inspirada em um esforço semelhante
coordenado pelas Nações Unidas, o Global Compact, que ouviu executivos
de 10 países em 2010. As entrevistas com os 60 dirigentes de empresas
foram realizadas entre fevereiro e maio de 2012, focadas em três
aspectos principais: como a sustentabilidade está inserida na forma de
pensar e fazer negócios, os avanços dos últimos anos, desafios e
perspectivas para o futuro.
Além disso, a CNI apresentou, durante a Rio+20, documentos inéditos
em que relata os avanços de 16 setores da indústria no caminho da
sustentabilidade. Os documentos estão no site da CNI, no endereço http://www.cnisustentabilidade.com.br/memorias
AS 60 EMPRESAS OUVIDAS
AES Tietê
Albrás
Alcan (Rio Tinto)
Alcoa
Alpex
Amata
Andrade Gutierrez
Anglo American
Anglogold Ashanti
Baker Hughes
Barra Energia
Basf
BR Distribuidora
Braskem
Bunge
Camargo Corrêa Cimentos
Cargill
Cedro
Cenibra
CentroProjekt
Copelmi
Danone
Dow Brasil
EBX
Electrolux
Embu
Fibria
GC Engenharia
GE
GM
Henfel
Holcim Brasil
HP
International Paper
Iso-Blok
Kapeh
Klabin
Lafarge
Lanxess
Marisol
Mineração Rio do Norte
Natura
Oxiteno
Pepsico
Prac
Queiroz Galvão Energia e Petróleo
Raizen
Rhodia
Shell
Siamig
Siemens
Solvay
Stenville
Tavex
Unilever
Usiminas
Vale
Votorantim Cimentos
VW
Whirlpool
Fonte: Maxpressnet
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