22 de ago. de 2011

Sacolas plásticas podem ser melhor que as retornáveis?

Depois de ser “demonizada” pelos consumidores preocupados com o meio ambiente, a sacola plástica parece ter encontrado seu lugar. Ao menos por ora – e aqui no Brasil. Um amplo estudo realizado pela Fundação Espaço Eco, única organização no país que faz análises de ecoeficiência (considera aspectos ambientais e econômicos) de produtos e processos industriais, analisou o impacto de oito tipos diferentes de sacolas para carregar compras: a sacola plástica tradicional, a feita de plástico verde (a partir de cana-de-açúcar), a oxi-degradável, de papel, de TNT (material dos saquinhos dados por lava-rápidos) e as sacolas renováveis de plástico, tecido e ráfia (um tipo de fibra usada em sacolas vendidas por alguns supermercados). O resultado foi surpreendente: dependendo dos hábitos do consumidor, é preferível utilizar as sacolas plásticas em vez das renováveis.



Os tipos de sacolas analisadas pela Fundação Espaço Eco (Foto: Divulgação)

Para as pessoas que fazem poucas compras, as sacolas plásticas (convencional, verde e oxi-degradável) se mostraram as mais indicadas tanto do ponto de vista ambiental (causam menos impacto quando considerado o processo completo, da produção à reciclagem do plástico) quanto do econômico – podem ser utilizadas como saco de lixo.

Neste caso, o levantamento considerou uma compra mensal de 26,5 quilos, equivalente a uma cesta básica. A condição para que a opção pela sacola plástica valha a pena é que o indivíduo faça compras e descarte o lixo, no máximo, duas vezes por semana.

No extremo oposto, as sacolas renováveis são mais indicadas para consumidores que fazem muitas compras ao mês. Isso porque, ao ir várias vezes ao supermercado, o indivíduo não necessariamente compra mais produtos, mas acumula mais sacolas. A opção pelas de pano, de ráfia, plástico retornável ou TNT, logicamente, reduz este impacto.

Além da quantidade de produtos adquiridos ao longo do mês, outros dois aspectos condicionam a escolha por um ou outro tipo de sacola: a freqüência com que a família vai ao mercado e o número de vezes que descarta o lixo. O ideal, segundo os pesquisadores, é aproveitar ao máximo a capacidade da sacola e reduzir o número de descartes por semana.

O levantamento, patrocinado pela Braskem, simula várias opções para uma família que consome 212 quilos por mês (cerca de oito cestas básicas). Neste caso, só compensará utilizar sacolas retornáveis caso o descarte de lixo seja feito no máximo duas vezes por semana – independentemente da freqüência com que se vai ao mercado.

Entre os extremos de baixo e alto consumo, está o caso base da compra de 106 quilos ao mês (aproximadamente quatro cestas básicas). Para um consumo neste patamar, as sacolas plásticas ainda se mostram mais vantajosas caso as compras sejam feitas até três vezes por semana e o descarte de lixo, até duas vezes.



Esquema orienta sobre que tipo de sacola usar de acordo com os hábitos do consumidor.

Na análise, os técnicos da Fundação Espaço Eco consideraram aspectos como o consumo de energia para fabricar as sacolas, o uso da terra, o tipo de recurso natural empregado, potenciais de risco e de toxidade e as emissões ao longo de toda a cadeia – da extração da matéria-prima à reciclagem pós-consumo, ao longo de um ano. Isso significa que, no caso das bolsas retornáveis, cuja vida útil é de ao menos dois anos, o impacto ambiental poderia ser ainda menor.

Os pesquisadores dão um norte aos consumidores: à medida que o volume de compras e a freqüência das idas ao mercado aumentam, melhor optar pelas sacolas retornáveis. Na direção oposta, quando o número de descartes de lixo feito por uma família de consumo alto também é grande, as sacolas plásticas se mostram adequadas.

“O ideal, com o aumento do volume de compras, é reduzir a freqüência do descarte”, afirma Hélio Mattar, diretor presidente do Instituo Akatu, organização que promove o consumo consciente.

Este foi o primeiro estudo a comparar diferentes tipos de sacolas, dentro da realidade brasileira. Pesquisas em outros países, onde a matriz energética, a logística e outros fatores divergem dos do Brasil, já apresentaram resultados diferentes.

Fonte: Blog Empresa Verde

Um comentário:

  1. eu ja uso sacola de tecido tooda vez ao ir no supermercado
    e opito que as pesssoas deveriam fazeer o mesmo!
    para um mundo meelhoor...

    ResponderExcluir