13 de abr. de 2011

Uma nova janela para a produção interna

Estamos em um momento de transformações profundas no mundo. Depois da crise de 2008, caminhamos para uma nova forma de pensar o conceito de riqueza e funcionamento da economia. Não haverá crescimento econômico somente para uma minoria, sem reflexos na inclusão social, no desenvolvimento socioeconômico, no equilíbrio ambiental e na democratização das oportunidades. Em sociedades onde o capitalismo tem um viés social forte, a possibilidade de as empresas crescerem e distribuírem suas riquezas, preservando o meio ambiente, é bem maior. -

A sociedade tende a ficar cada vez mais informada, participativa, exigente e fiscalizadora quanto ao papel das empresas no contexto social em que estão inseridas. As empresas são microssistemas sociais e precisam agir à altura de seus desafios.

Demonstrar transparência na comunicação, respeito às pessoas e ao mercado, responsabilidade ambiental, em todo o ciclo de desenvolvimento de seu negócio, é mais que um compromisso; é uma rota que as empresas não podem ignorar no caminho para o futuro.

As ações de responsabilidade e preservação do ambiente deixaram de ser exigências das normas ambientais vigentes. Passaram a ser um diferencial competitivo para as empresas, principalmente com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, (Lei Federal nº. 12.305/2010), regulamentada no ano passado, que determina atenção de toda a sociedade - poder público, indústrias e população - para a situação dos resíduos e da produção mais limpa.

A boa notícia é que cresce a cada dia a presença de pequenas e médias empresas competitivas e com orientação para o desenvolvimento sustentável. Vale mais a pena crescer de forma sustentável, includente e ética, em vez de simplesmente acumular riquezas de forma predatória e irresponsável. Para que tenhamos um ambiente empresarial mais harmônico com as necessidades da sociedade, as empresas devem assumir compromissos além dos lucros. Quanto melhor for sua reputação, mais valor para o seu negócio, serviço ou produto.

É urgente que se faça uma revisão dos processos produtivos, das rotinas de trabalho, das formas de uso e aproveitamento dos recursos energéticos. Ou seja, fazer um check-up geral e conhecer os verdadeiros impactos que as empresas causam ao planeta. Além da parte mecânica desse processo, é urgente que os pequenos e médios empresários tenham essa noção para tocar seus negócios. Seus funcionários devem ser vistos como agentes desse desenvolvimento.

São eles que levam para suas famílias e comunidades conhecimentos e aprendizados que podem contribuir para um melhor entendimento da responsabilidade de cada um nos cuidados com o planeta e com as gerações futuras. Um simples exemplo de como as empresas cuidam da produção pode ter um grande resultado de imagem nos públicos com os quais mantém relacionamento e nos que são prioritários para seus negócios. Basta uma comunicação bem aplicada, transparente, ética e clara. Não basta só produzir. Tem que saber comunicar.

Os interessados em promover a mudança estrutural e comportamental dentro das companhias, com vistas para uma competitividade mais sustentável, encontram empresas e consultores no mercado com excelente know-how para apoia-los, tanto nas orientações iniciais, quanto na implementação e desenvolvimento dessas competências. O Brasil já conta com exemplos de empresas que se reinventaram com uma nova postura diante da sociedade. Porém, ainda permanece na agenda empresarial gargalos competitivos que impedem o maior avanço das companhias, como alta carga tributária, elevado custo de capital, ausência mão de obra qualificada, regras governamentais engessadas, e outros fatores que colocam o País num patamar baixo de competitividade.

Não é simplesmente um ato que muda os valores de uma empresa, mas um conjunto de ações planejadas. Compartilhar conhecimento com os funcionários, chamá-los à responsabilidade para desenvolver um negócio sustentável, ter um diálogo franco, aberto, investir em pesquisa e desenvolvimento, infraestrutura operacional, adequar a produção às normas em vigor, gerenciar seus resíduos e pensar o negócio com visão de longo prazo. O importante não é a empresa gritar aos quatro cantos que atua de maneira responsável em relação ao meio ambiente. Só marketing não basta. É vital enxergar a sustentabilidade como conceito, prática e diferencial de negócio.

Fonte: DCI - http://tinyurl.com/3mhh4qp

Nenhum comentário:

Postar um comentário