Em agosto, uma turma de funcionários do HSBC do Brasil estará reunida durante duas semanas em Guaraqueçaba (PR) para uma tarefa inusitada para quem trabalha numa instituição financeira.
Eles vão participar de uma pesquisa de campo de duas semanas de duração sobre o processo natural de manutenção da Mata Atlântica no litoral do sul do Brasil.
São voluntários do HSBC Climate Partnership, um programa ambiental inovador resultado da parceria entre o Grupo HSBC e quatro organizações ambientais internacionais: WWF, The Climate Group, Earthwatch e Instituto Smithsonian.
O objetivo é avaliar quais os efeitos das mudanças climáticas no ambiente comparando padrões climáticos com o que ocorre na vegetação - época da floração, crescimento das árvores, queda de folhas e presença de abelhas.
Inspiração para mudanças
Em pelo menos outros quatro centros iguais a esse, na China, Índia, Inglaterra e Estados Unidos, funcionários das agências da instituição financeira estarão fazendo a mesma coisa.
Com investimento de US$ 100 milhões, a maior doação já feita por uma única organização às instituições de pesquisa parceiras, o HSBC espera traçar um panorama dos efeitos do aquecimento global no ambiente e equilíbrio climático do planeta.
O programa, de cinco anos de duração, tem também outro objetivo: ajudar a criar uma força tarefa verde dentro do banco. O HSBC acredita que os impactos das mudanças climáticas vão interferir nas suas operações em termos de gerenciamento de riscos e identificação de oportunidades de negócios.
"Queremos inspirar nossos colaboradores a promoverem mudanças em sua vida pessoal e nas práticas corporativas", afirma Claudia Malschitzky, diretora do Instituto HSBC Solidariedade.
No Brasil, o programa é dividido em três fases envolvendo mais de 10 mil colaboradores até 2012.
Na primeira fase, os funcionários participam de um treinamento virtual com o objetivo de disseminar informações sobre ações a favor das causas ambientais. Na segunda, os interessados realizam ações de engajamento em parceria com organizações não-governamentais locais.
A terceira fase, do qual participam apenas voluntários selecionados, é a pesquisa de campo com apoio de biólogos da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), organização ambientalista do Paraná. São os chamados champion climate (79 já formados), que ficam em Guaraqueçaba sem contato com o mundo externo, participando das pesquisas e aprimorando os conhecimentos com palestras e trabalho de laboratório.
"Ninguém esquece essa experiência de viver isolado no meio do mato", lembra Patrícia Tavares, de 46 anos, gerente de operações de Recursos Humanos do HSBC em Curitiba. "Essa vivência mexe muito com a gente quando volta."
Ela conta que mudou a cultura no banco e em casa. "Aprimorei o processo de reciclagem", diz. Resultou em um aumento de 22% de eficiência no banco e um projeto de sustentabilidade para as 2,7 mil pessoas de sua unidade.
Fonte: Jornal Brasil Econômico - Martha San Juan França - http://tinyurl.com/36avwt3
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