2 de jun. de 2010

Rhodia lança ingrediente “verde” para xampus

A estratégia da empresa, que detém 11% do mercado latino, envolve o lançamento de produtos inovadores e investimento em aumento da capacidade fabril.

Nesta semana, a empresa lança no mercado local o Rhodapex NAT, o primeiro insumo para xampus e condicionadores produzido a partir de etanol de cana-de-açúcar e de óleo de palma. Os tradicionais são derivados de petroquímicos.

A inovação, desenvolvida na Índia, teve seu lançamento mundial no início de maio, em Paris, e a expectativa da subsidiária brasileira é viabilizar, o quanto antes, a produção local.

"Somos o país líder em etanol, faz todo o sentido produzir aqui esse item. Só depende de haver uma boa aceitação mercadológica", diz Paulo de Biagi, diretor para a América Latina da Novecare, a divisão da companhia responsável pelos negócios em cuidado pessoal.

Custo maior

O Rhodapex NAT é um surfactante da linha less (lauril éter sulfato de sódio), ou seja, é um ingrediente utilizado para promover a limpeza dos cabelos e gerar espuma. Um detalhe curioso é que a espuma não tem nenhuma função, a não ser gerar no consumidor a sensação de que o xampu é eficaz.

"É mais psicológico do que prático", relata Alessandra Batelli, diretora de negócios da Novecare.

O mercado brasileiro para essa linha é estimado em 51 mil toneladas anuais e movimenta US$ 40 milhões. O less verde da Rhodia chega com um preço de mercado 20% superior.

Stewart Warburton, diretor mundial de marketing da Novecare, avalia que este não deverá ser um problema. Primeiro, porque o preço deverá ser reduzido com o ganho de escala produtiva nos próximos meses. O segundo ponto é o efeito do apelo ecológico.

"Temos clientes globais preocupados em reduzir o impacto ambiental de suas atividades. Estamos oferecendo um produto que une ótima performance e sustentabilidade certificada pela avaliadora internacional Ecocert", diz o executivo.

Warburton relata que alguns destes clientes globais já fazem consultas à Rhodia sobre condições comerciais e a disponibilidade do produto, alguns, inclusive, com fábricas no Brasil, já teriam procurado a subsidiária local.

Logística

Apesar da expectativa positiva, Warburton é cauteloso em relação a projeções comerciais. "O momento ainda é de avaliação do potencial comercial. Nossa projeção inicial é chegar em cinco anos a um patamar de encomendas anuais de 10 mil toneladas", informa.

Esta produção, relata o executivo, poderia ser facilmente atendida pela fábrica da Índia, que possui, ao todo, capacidade produtiva de 100 mil toneladas anuais. Mas a decisão, ou não, de produção no Brasil, não está relacionada com esta capacidade, mas com a logística.

"Este é um produto em que o transporte possui um impacto grande em seu custo. A produção próxima ao consumidor industrial é um fator importante de competitividade. Nossos planos envolvem ampliar a produção brasileira de surfactantes, uma vez que este é um dos mercados de produtos de higiene e beleza que mais cresce no mundo", diz Paulo de Biagi.

Fonte: Domingos Zaparolli em Brasil Econômico

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