As lojas Walmart deram início a uma arriscada iniciativa de sustentabilidade, em um momento em que sua imagem pública estava ruim. Mas ultimamente a motivação da companhia em "se tornar verde" é puramente financeira, de acordo com o ex CEO Lee Scott. A iniciativa, que vem sendo executada durante os últimos cinco anos, inclui energia renovável nas lojas, redução de desperdícios com sacolas, e criação de um índice de sustentabilidade de seus fornecedores. Suas ações aumentaram as suspeitas e a admiração de pessoas de fora, políticos e funcionários. Mas o esforço tem resistido porque sua motivação é puramente financeira, disse Scott, o primeiro palestrante apresentado na conferência de negócios verdes Brainstorm Green, realizada na última segunda-feira, 12 de abril. Se isto fosse feito para consertar sua imagem, a companhia teria provavelmente recuado durante a recessão econômica no ano passado. "O que a Walmart tem feito é abordar a sustentabilidade sob uma ótima de negócios e não de altruísmo. Se como empresa focarmos no desperdício, podemos fazer um Walmart melhor e, ao mesmo tempo, tornarmo-nos cidadãos melhores", disse.
Durante uma fase de enfraquecimento na imagem da companhia em 2005, Scott e sua equipe de gerentes consideraram o que os executivos anteriores deveriam ter feito 10 anos atrás. Buscando evitar mais problemas no caminho, Scott e os membros da diretoria chegaram à conclusão de que "em algum momento, o mundo acolherá corporações responsáveis em relação ao impacto ambiental", disse o diretor. Depois disso, houve uma iniciativa formal da companhia para reduzir sua pegada de carbono e seu impacto ambiental. A companhia instalou painéis solares em 20 lojas, além de iluminação mais eficiente, e está testando outras tecnologias com "retorno financeiro razoável". Embora, no início, tenha sido um esforço voluntário. O primeiro projeto sustentável foi iniciado por um executivo que pensou em como reduzir gastos com empacotamento em um brinquedo da marca Walmart. Essa mudança eliminou a necessidade de 215 contêineres. Daí por diante, começaram a propagar a ideia de que as pessoas que não tivessem uma iniciativa ambiental na empresa ficariam "de fora". "Reconhecemos que (os funcionários) estavam esperando por nós. Pensávamos que estávamos no comando, mas não estávamos. Nós estávamos cumprindo as expectativas das pessoas, especialmente dos compradores de 25 a 35 anos de idade", ele disse.
Como uma corporação de grande porte, com mais de 400 bilhões de dólares em receita anual, a Walmart inegavelmente tem uma pegada ambiental gigantesca. É, por exemplo, a maior consumidora privada de eletricidade nos Estados Unidos. Por outro lado, grandes empresas criam demanda para produtos de tecnologia verde, o que ajuda a reduzir o custo dos produtos relacionados à energia, como painéis solares, ou bens de consumo, como alimentos orgânicos. Embora uma porcentagem relativamente baixa de pessoas esteja disposta a pagar valores altos por produtos verdes, a maioria está preocupada com a saúde e com o meio ambiente. "Existe uma vaidade inversa que diz que apenas as pessoas instruídas se preocupam com o meio ambiente", disse Scott.
Fonte: CNET News - 12.04.2010, via PROCEL Info
Nenhum comentário:
Postar um comentário