Graças à diversidade de opções e ao desenvolvimento cada vez maior do mercado imobiliário, os novos imóveis postos à venda apresentam tendências que definem nichos de mercado, preferências e exigências de consumidores. Hoje a principal linha mestra do setor são as práticas sustentáveis empregadas na construção e na operação dos condomínios. Cada vez mais, as empresas vêm mostrando preocupação e investimentos para tornar seus empreendimentos 'verdes', optando por materiais e produtos que valorizem o meio ambiente.
Essa percepção faz com que o incorporador e construtor preocupe-se em deixar claro que seu empreendimento está sendo construído com preocupações ambientais. Uma das formas de comprovar isso é com algum tipo de certificação. Percebendo essa demanda, o Worid Green Building Council inaugurou seu escritório no Brasil, criando o GBC Brasil, com sede em São Paulo. Sua missão é desenvolver e incentivar a indústria de construção sustentável, transformando o país em um dos líderes no mundo nesse setor.
O GBC Brasil, que ganhou recentemente a adesão da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), tem a função de adaptar os requisitos brasileiros para o processo de conquista da mais reconhecida e respeitada certificação sustentável do mundo: o LEED - Liderança em Design Ambiental ou Leadership in Eyergy and Environmental Design, em inglês, que confere o selo de green building (edifício verde) às obras sustentáveis.
Para Afonso Kuenerz, arquiteto e conselheiro da Ademi, a atenção ao meio ambiente é uma tendência que se torna cada vez mais importante. "Trata-se de uma preocupação que vai crescer muito e as construtoras terão de atender a essa necessidade. As empresas que se anteciparem vão estar bem posicionadas. Depois, será obrigatório. Quem sair na frente vai estar mais adaptado", afirma.
Exemplo pioneiro Único edifício do Rio de janeiro até hoje a cumprir os requisitos do selo green building, o Ventura Corpürate Towers, no Centro da cidade, recebeu a primeira de suas duas torres no dia 23 de setembro. O empreendimento marca a chegada ao Rio das incorporadoras Tishman Speyer e Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário, responsáveis por um investimento de R$ 450 milhões no desenvolvimento do projeto e em sua construção. As obras da segunda torre já estão em ritmo acelerado, com previsão de entrega para 2010.
Para obter a certificação, o Ventura preenche uma série 11 de requisitos que têm início na fase de projetos e construção e continuam durante a operação do empreendimento. O complexo de escritórios está sendo certificado.
O Ventura preenche uma série de requisitos que começam no projeto e continuam na operação do empreendimento pelo capitulo Core and Shell, tipo de construção que permite grande flexibilidade dos espaços internos e que constitui uma tendência entre os modernos edifícios corporativos ao redor do mundo, por atender às diferentes necessidades das empresas globalizadas.
Outras construtoras de um modo geral fazem a sua parte para minimizar o impacto das construções na natureza e até trazer benefícios melhores do que a região teria sem a sua presença. RJZ Cyrela, Rossi, Concal, Grupo Esfera e João Fortes são alguns exemplos de empresas preocupadas em dotar seus empreendimentos de medidas ecologicamente responsáveis.
Construções ecológicas
O Grupo Esfera, por exemplo, lançou o empreendimento Ecolife, representante de uma série de construções ecologicamente responsáveis - algumas já realizadas e outras por realizar -, concentradas especialmente em São Paulo, raas também com edifícios no Rio, como no Recreio e Freguesia.
Pioneiros no setor desde 2004, esses empreendimentos foram criados de forma que os recursos naturais sejam otimizados, refletindo, inclusive, na redução da taxa de condomínio em até 30%.
A construtora Concal - que já plantava mudas de árvore num horto particular de Pedro do Rio, em Petrópolis obteve o selo carbono zero para o seu escritório, tornando-se a primeira construtora brasileira a neutralizar seu carbono. No Norte Viliage, em Dei Castilho, a RJZ Cyrela desenvolveu, com a Brascan, um amplo projeto paisagístico, inédito na região, a cargo da consagrada Neusa Nakata.
Junto com a Carvalho Hosken, a RJZ Cyrela também empreendeu o Cidade Jardim, área de 512 mil metros quadrados totalmente planejada urbanisticamente, que está surgindo na Barra da Tijuca. O projeto inclui uso de materiais de construção recicláveis ou que não agridam o meio ambiente, reutilização de água, coleta seletiva de lixo e, principalmente, muito verde. A construção receberá cerca de sete mil árvores, o dobro do número de árvores necessárias para zerar a emissão de carbono do empreendimento.
A João Fortes Engenharia também lançou um condomínio resort no Recreio dos Bandeirantes, chamado Máximo Recreio, que com iniciativas que visam à preservação do meio-ambiente como reaproveitamento da água da chuva para regar jardim e lavagem de carro, medidores individuais de água por apartamento (o morador paga o que consumir), além de sensores de presença nas áreas comuns.
Fonte: Corretor Sustentável
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