6 de nov. de 2009

Sustentabilidade passa por comunicação responsável

Newton Figueiredo

A forma como uma empresa se comunica com o consumidor revela o seu nível de sustentabilidade por meio da ética em suas propagandas. Em função da já identificada preferência dos consumidores por produtos e serviços socio ambientalmente responsáveis iniciou-se uma verdadeira 'corrida maluca para o verde', em que a ética, em muitos casos, foi deixada de lado, prevalecendo a falsidade ideológica, pela omissão de fatores essenciais de julgamento, e a propaganda enganosa.

O consumidor, cada vez mais informado (mas ao mesmo tempo bastante confuso em identificar genuinidade na verdadeira sustentabilidade), começa a identificar os seguintes tipos de empresas: as que parecem possuir sustentabilidade na sua essência, as que estão buscando o desenvolvimento sustentável de maneira genuína, as que estão aproveitando apenas a onda para parecerem verdes e as que não estão nem aí para o tema.

Ética na comunicação - Não é possível que uma empresa seja sustentável sem ter produtos sustentáveis e uma comunicação ética e responsável com seus consumidores. A preocupação em passar uma informação consistente, completa e transparente sobre a sustentabilidade do produto ou serviço, com credibilidade para o consumidor, é muito importante, especialmente no Brasil, que possui uma população preocupada com o aquecimento global e trocaria de fornecedor, se um produto fosse certificado com o objetivo de impactar menos as mudanças climáticas.

Estamos num momento de grandes mudanças e novas perspectivas. A crise reafirmou que as empresas precisam inovar a todo momento. Trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável é imprescindível.

Assim, 2009 será lembrado como, além do ano da recuperação econômica, o do avanço da abordagem da sustentabilidade. Porém, muito do que vimos ser propagado como iniciativa sustentável foi de fato o que podemos chamar de maquiagem verde e tanto foram as estratégias nesse sentido, que o que ocorreu foi uma verdadeira 'corrida maluca para o verde'.

Corrida maluca - Entre os muitos casos nesta corrida maluca estão distorções como induzir os consumidores a acreditar que compensações de emissões de carbono, que irão levar 20 anos para ocorrer por meio do plantio de mudas de árvores, tornam produtos e serviços sustentáveis. Também propagandas de estímulo ao consumo de produtos agressivos à saúde somente por terem apenas a embalagem reciclável têm distorcido e deseducado o consumidor brasileiro.

Pesquisas mostram que os consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços que contribuem tanto para o bolso deles como para um mundo melhor. Só tem um detalhe: o consumidor, hoje incrédulo por tanta propaganda enganosa, somente pagará mais por produtos 'verdes' se ele estiver convencido que efetivamente contribuem para melhoria do planeta e da qualidade de vida.

Se a 'corrida maluca para o verde' dificulta a introdução de produtos e serviços verdadeiramente sustentáveis ela cria uma oportunidade ímpar para as empresas éticas se diferenciarem pela comunicação bem feita e responsável com o consumidor.

Newton Figueiredo é fundador e presidente do Grupo SustentaX, que desenvolve, de forma integrada, o conceito de sustentabilidade ajudando as corporações a terem seus negócios mais competitivos e sustentáveis, identificando para os consumidores produtos e serviços sustentáveis e desenvolvendo projetos de sustentabilidade para empreendimentos imobiliários.

Fonte: DiárioNet

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